A SUSEP divulgou os números consolidados do Seguro Cyber do ano de 2020.
Além do crescimento de quase 100% de prêmio na carteira, a sinistralidade foi um dado que também surpreendeu.
Com um aumento expressivo na sinistralidade em uma primeira análise, o número levantou questões importantes sobre este risco, como:
- O seguro Cyber tem muito sinistro?
- As reclamações são severas?
- É uma carteira que dará prejuízo?
Em primeiro lugar vamos entender o crescimento deste mercado.
Veja nosso post: Seguro Cyber. Saiba os benefícios em contratar.
Cyber Seguro – O crescimento da demanda pelo Seguro de Riscos Cibernéticos
Os Seguros de Riscos Cibernéticos registraram receita acumulada de R$ 28,03 milhões em abril de 2021, um crescimento de 173,7% em relação ao volume de prêmios acumulados no mesmo período do ano passado, R$ 10,24 milhões.
Na comparação entre as receitas de abril deste ano e abril de 2020, o crescimento de prêmios arrecadados foi de 176,6%.
Segundo reportagem publicada pelo portal Infomoney, o seguro de riscos cibernéticos teve arrecadação de R$64,35 milhões de janeiro a agosto deste ano, o que representa um avanço de 161,3% com relação ao mesmo período do ano passado.
Somente no mês de julho, o aumento foi de 213,7% com arrecadação de R$ 9,5 milhões.
Para o coordenador de Linhas Financeiras da FenSeg, Gustavo Galrão, o mercado deve encerrar o ano com cerca de R$101 milhões em prêmios.
“Isso vai equivaler a um crescimento de 136% anual. É um marco interessante. Vai superar R$ 100 milhões de prêmios.
A expectativa é de que o crescimento siga vertiginoso para os próximos anos. A gente está vendo uma demanda por prêmios nesse seguro muito grande”, destacou.
A demanda por cobertura de seguro cibernético por empresas na América Latina é impulsionada pelo aumento na frequência e na gravidade de incidentes de ransomware e outros riscos cibernéticos.
No mercado de seguros Brasileiro, um dos maiores e mais desenvolvidos da América Latina, com ofertas de produtos de empresas locais e subsidiárias de grandes operadoras internacionais, a segurança cibernética ganhou maior atenção no último ano, com o avanço da pandemia de coronavírus.
Este fato motivou a mudança rápida para um ambiente de trabalho mais virtual, o que sobrecarregou os esforços de segurança de rede das empresas, criando mais oportunidades para criminosos.
Mas o que justifica o aumento da sinistralidade no Seguro Cyber
Segundo Galrão, coordenador de Linhas Financeiras da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), o seguro de riscos cibernéticos ainda é um mercado recente e pequeno no Brasil, mas vem crescendo muito e tem potencial de se tornar forte no país.
“a expectativa é de que o crescimento siga vertiginoso para os próximos anos. A gente está vendo uma demanda por prêmios nesse seguro muito grande”.
Galrão explica ainda que a demanda pelos seguros de riscos cibernéticos vem aumentando na medida em que crescem os ataques hackers às empresas.
“Isso dá um cenário de agravo do sinistro muito forte”.
O objetivo das seguradoras é transferir esse risco das empresas para elas
Mas, para se preservarem, as seguradoras têm estratégias e política de aceitação do risco.
Por isso, as seguradoras adotam cautela e levantam o maior número de informações dos clientes, incluindo riscos potenciais.
As informações colhidas vão para a área de produtos das seguradoras que, junto com a área de subscrição, define a política de aceitação dos riscos para se protegerem contra um número elevado de sinistros.
“Com base nisso, as seguradoras vão definindo as estratégias e os produtos que serão oferecidos para as empresas. Há atividades que têm uma frequência de severidade maior”.
No primeiro semestre de 2021, os sinistros ocorridos resultaram em indenizações de quase R$ 11,65 milhões, contra R$ 12,54 milhões, no mesmo período de 2020.
O coordenador de Linhas Financeiras da Fenseg acredita que o número será bem maior este ano, uma vez que muitos sinistros não estão contabilizados.
“A sinistralidade esperada para este ano deverá ser muito alta. Inclusive, há expectativa de que supere o valor de prêmios”.
Galrão informou que tanto no Brasil, como na América Latina, os valores dos seguros de riscos cibernéticos ainda são baixos, em relação ao que é contratado nos Estados Unidos e Europa.
No Brasil, são poucas as apólices que passam de R$ 100 milhões de limite contratado, ou o equivalente a US$ 20 milhões. A maioria está abaixo disso.
Atualmente são pouco mais de 10 seguradoras trabalhando com seguro Cyber.
O mercado cresceu muito em 2020, mas ainda é novo e muito pequeno.
Por isso ainda não é possível fazermos análises sobre a tendência de frequência, severidade e rentabilidade do produto.
É necessário aguardar o crescimento e observar os impactos da LGPD nas condenações judiciais para entendermos o comportamento da sinistralidade em relação ao volume do prêmio anual.
Embora o relatório as SUSEP tenha aberto os nossos olhos para essa questão importante, a sinistralidade da modalidade, é preciso entendermos a evolução nos próximos anos para chegarmos numa visão mais clara.
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Fonte: Blog Venda Seguros, Fenseg e Infomoney